O selo postal foi introduzido em Angola em meados de junho de 1870, conforme o edital descoberto por Carlos Torres¹.
O principal objetivo deste breve estudo é analisar as diferentes espessuras dos papéis utilizados nessa primeira emissão.
Focando exclusivamente no primeiro selo de Angola, constata-se que existem diversas versões conhecidas, sendo uma parte significativa composta por falsificações. Para o colecionador menos experiente, identificar exemplares falsos pode ser uma tarefa bastante desafiadora — dificuldade essa que, em algum momento, todos os colecionadores já enfrentaram.
Ao final deste artigo, espera-se que a distinção entre selos originais e falsos se torne mais clara, dispensando, na maioria dos casos, a necessidade de uma expertização profissional.
1. Ensaios e provas
Em (4) temos um grande estudo sobre ensaios e provas dos selos portugueses, A. H. de Oliveira Marques dedicou o capítulo III ao estudo das Coroas do Ultramar.
Na imagem seguinte temos o que parece ser um ensaio sobre o fundo da coroa, só o selo de S. Tomé e Príncipe é que tinha o fundo colorido.
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| Fig.1-Imagem de um leilão: Provas das coroas das várias colónias. |
2. Os selos originais
Denteado: 12 1/2
Preto a cinzento escuro
187?-Papel médio (75 a 80 microns)
Denteado: 12 1/2
1875-Papel médio (60 a 65 microns) , existe também em papel amarelado.
Denteado: 12 1/2 e 13 1/2
1875-Papel fino (50 a 55 microns)
Denteado: 12 1/2 e 13 1/2
3. As reimpressões
1885-Reimpressão do Congresso (80 microns)
Denteado: 13 1/2
1905-Reimpressão (?? microns)
Denteado: 13 1/2
4. Falsificações
Se os selos originais já têm muitas variedades, temos também uma enorme quantidade de selos falsos para tornar a sua catalogação ainda mais complicada.
Falso N.º2-Fournier-Papel fino (45 microns)
Denteado: 12 1/2
-Impressão mais difusa, particularmente notável nos textos. Sombra no "O" de "ANGOLA" incompleta no falso.
Falso N.º3-Spiro tipo -I-Papel fino (50 microns)
Denteado: 14
Falso N.º3a-Spiro tipo-II-Papel fino (50 microns)
Denteado: 14
Falso N.º5
Denteado: 11 1/2
- O padrão grego é irregular. A cruz sobre a coroa está destacada e é assimétrica. As pérolas inferiores do braço central da coroa estão esmagadas. As linhas horizontais sob o nome da Província e sobre o valor não atingem o quadro exterior. O "S" de "REIS" é grosseiro e os números não são idênticos aos originais.
Conhecem-se falsos de 5 e de 10 reis.
Falso N.º6
Denteado: 13 1/2
- no falso, a linha de espessura no interior do "O" está interrompida antes do topo;
Bibliografia:
(1) Sousa, Carlos Torres (1974).Primeiro dia de circulação do selo Postal em Angola, Boletim do Clube Filatélico de Angola 30:11-13.
(2)D. J. Davies (2002).Forgeries of Portugal and Colonies”, Portuguese Philatelic Society.
(3)Lamas, Cunha (1948). Estudo das Reimpressões de selos Portugueses. A. Molder, Lisboa.
(4)Marques, Oliveira A.H. (1958). Ensaios e provas de selos portugueses. Eládio Santos, Lisboa.
(5)Pernes, Rufino (1976). Crown Stamps of the Portuguese Colonies,Crete, Nebraska: J-B Publishing Company.
(6)Henrique Mantero e por Correia Nunes (1996). Boletim do Clube Filatélico da Madeira, Nº6 da II Série.
















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